Como já tratamos em outras matérias, a Análise do Comportamento Aplicada (ABA) é uma ciência de grande eficácia no tratamento do transtorno do espectro do autismo, além de possuir evidências. Na matéria de hoje vamos apresentar um procedimento utilizado nas intervenções em ABA chamado Treino (ou ensino) por Tentativas Discretas ( DTT ).

Originalmente desenvolvido no início dos anos 70 por Lovaas, o DTT (Discrete Trial Training) é uma prática que utiliza instruções com tentativas repetidas de ensino, onde cada tentativa apresenta uma resposta e um reforço a essa resposta, caso seja adequada.

É um treino totalmente estruturado, com início e fim definidos claramente.

Durante a aplicação do DTT o paciente fica sentado, com os braços apoiados em cima de uma mesa e os pés firmes no chão.

O terapeuta senta na mesma altura da criança, do outro lado da mesa.

A instrução é dada seguindo os seguintes passos:

1. Terapeuta apresenta o antecedente.

Geralmente é um comando, como por exemplo “faz igual” e eleva as duas mãos até a cabeça.

2. A criança responde ao comando (com ajuda parcial, total ou de maneira independente).
3. O terapeuta reforça a resposta adequada imediatamente (até no máximo 3 segundos após a resposta).

Em um resumo mais detalhado, uma tentativa discreta seria uma cadeia de respostas que envolvem os seguintes componentes:

• Apresentação de um estímulo discriminativo;
• Apresentação de dica necessária para que a criança responda corretamente;
• Emissão do comportamento alvo ou próximo como resposta da criança;
• Consequência imediata para a resposta (seja correta ou não);
• Intervalo entre as tentativas.

Esse tipo de intervenção por tentativa discreta eleva a probabilidade de ocorrência de respostas corretas do paciente, pois tem como base a aprendizagem sem erros.

Para aplicar o treino é fundamental que a interação entre terapeuta e criança seja realizada em um ambiente sem distrações, com instruções claras, concisas e objetivas, e com reforçamento imediato a cada resposta correta.

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